Saí de casa com a Sara, sozinho, com a mente em Cascais. O dorsal da Maratona tinha ficado em casa para evitar tentações de última hora, comigo levava somente o da Meia Maratona. Era a primeira vez que ia fazer uma prova “em modo treino”, após já ter ouvido falar muitas vezes disso, nunca o tinha experimentado, nesta jovem carreira de atleta-amador.
A Elsa já tinha ido à horas para cima da Ponte Vasco da Gama (interdita a carrinhos de bebé mas, como habitualmente, com critérios variáveis pois haviam carrinhos de bebé lá em cima) com a Paula e eu, esperava cá em baixo por elas e pelo Paulo.
Quando cheguei à paragem já o 728 estava cortado, tive de ir de 794 chegando mesmo à justa ao Parque das Nações, ainda considerei ir a correr até lá, à frente dos quenianos havia de ser bonito. Pelo caminho, ainda ajudei meia dúzia de atletas estrangeiros que tinham perdido o transporte para cima da Ponte, e que não tinham outra alternativa senão arrancar “de baixo”, como eu.
Encontro no sítio combinado com o Paulo, a Elsa, a Sara e a Paula na placa do terceiro quilómetro, logo a seguir ao abastecimento. Trocámos de lugares e segui então com o Paulo a fazer o treino previsto, com a sua companhia. 1h10 a aquecer, cinco séries de cinco minutos a “dar tudo”, com dois minutos de descanso entre cada uma, e vinte minutos de relax no final. Bateu certinho, uma hora e dez até Santa Apolónia, as cinco séries a ultrapassar dezenas de pessoas, e depois a descansar, sendo ultrapassado de novo por algumas nesse momento e por fim rolar relaxadamente até ao final, a travar para não terminar em sprint, e assim cumprir o treino.
Os balões, deram jeito nas acelerações no sentido em que, agarrados com as duas mãos forçavam a postura erecta, uma espécie de pilates running, quando à deriva, atrasavam o andamento obrigando a fazer mais força, uma espécie de para-quedas de treino.
Durante a prova, foi bom ver amigas e amigos a passar, e fui derivando (quando não estava em modo-séries) para o dia da minha primeira Meia-Maratona (esta mesmo), e todo o treino que lhe foi dedicado até à sua conclusão apoteótica. Fui pensando também no percurso, e pensando que se fosse “entrangeiro” e tivesse vindo a Portugal de propósito para esta prova, ia ficar muito desiludido com a venda de um percurso “lindo e à beira Tejo” mas que na realidade passa pelo meio de armazéns, obras, cheiro a líquidos orgânicos (e não só), sendo alguns não identificados, e à habitual pouca afluência de público a apoiar, derivada também, penso eu, da “hostilidade” da zona do percurso.
No final, gelados magnum mini (este ano, sem álcool) e BCAA de oferta da MyProtein, que já tinha sido o fornecedor dos geles a meio do percurso (boa escolha e boa mudança na minha opinião) e reunião com a Elsa, Sara e Paula. Depois, elas foram almoçar e eu fiquei a flutuar na zona da chegada, congratulando os conhecidos que iam terminando a Maratona, e apreciando a “festa” da corrida no Parque das Nações.