Cozido ao almoço

31 horas na vida de um trabalhador remoto

Eis como foram, mais coisa menos coisa, as minhas últimas 31 horas, actualmente trabalhador por conta de outrém que, de quando em vez, pode executar as suas tarefas remotamente.

Segunda-feira, após reunião com uma autora, sai da agência e cheguei a casa às 15h00.

Dois computadores preparados e, a importação dos dados do site antigo começou às 16h00. É uma tarefa automática mas que exige atenção constante. Quando ficou pronta, começou a tarefa de conversão e exportação desses dados para uma nova plataforma.

Entre git commits, merges e pushes, passaram mais uns minutos largos, os suficientes para correr meia hora a seis minutos por quilómetro se fosse o caso. Jantar enquanto o GIT faz o push. A cópia de segurança da Base de Dados já tinha sido feita entretanto, e o novo servidor já estava preparado para receber tudo.

Começar então o deploy por git ftp. Eram somente trinta e tal mil ficheiros, mais coisa, menos coisa, coisa pouca. A ligação não é muito rápida mas é muito estável.

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Enquanto lavo a loiça e a Elsa dá banho à Sara, vou deitando um olho ao deploy, se algo correr mal quanto mais rápido se detectar e corrigir, melhor. As horas vão passando e a rotina vai correndo sem incidentes, é hora de baixar a guarda e à uma da manhã vou para a cama. Acordo às três da manhã sobresaltado, vou ao computador e vejo que a rotina falhou por causa do nome de um ficheiro, cerca da uma e vinte, pouco depois de me ter ido deitar. Quando algo no processo falha, tem de se voltar ao início, mais de quatro horas perdidas.

Fumo um cigarro psicológico (na realidade, eu não fumo) enquanto edito dois ficheiros .gitignore e desloco um conjunto de ficheiros para uma pasta à parte. Os ficheiros totais reduziram o número para perto de seis mil, melhor, mais rápido será.

Às seis acordo de novo, vou espreitar o computador e tudo decorre normalmente, mais uma hora “e picos” e fica essa parte pronta. Volto a acordar às 07h30, pego no arquivo e envio por SAPO Transfer para o provider da hospedagem, com um pedido urgente para carregar os cerca de vinte e nove mil ficheiros no website através de uma “entrada” diferente da minha.

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Vou pôr a Sara à escola, regresso e tomo um banho rápido. Importo a Base de Dados, envio uns emails de ponto de situação, mudo o /etc/hosts numa das máquinas para ver o novo website enquanto vou fazendo melhorias em algum código noutra das máquinas.

Ficheiros carregados, verifico se tudo corre bem, falo com a autora, peço-lhe para publicar um conteúdo. Devido ao contratempo da madrugada, adio uma reunião por vinte e quatro horas. Saio, para almoçar.

O almoço, a correr de Santa Apolónia até Monsanto, num percurso misto entre o urbano e os trilhos. Entro pela Serafina, subo o “cozido” (o meu almoço) e por fim subo à prisão, num ritmo vivo mas suave, meditativo e a rever todos os pontos da tarefa que decorre, sempre sem parar por cansaço, só por opção própria e regresso a casa, 21 quilómetros depois.

CP Campolide

Volto a casa, o texto ainda não está publicado mas não demora, verifico de novo se está tudo bem, peço mudança do DNS, é mudado, volto a mudar o /etc/hosts e vejo que na minha ligação a propagação já está feita. Envio mais dois ou três emails e, antes de desligar as máquinas e ir dormir, deixo os parabéns à autora, dez anos é muito tempo.

One comment

  1. Não percebi nada do que escreveste, a não ser a parte da corrida…

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