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Ericeira Trail Run, 2016

Adiei um ano a participação neste Ericeira Trail Run. Calhou em 2014 no dia do Festival Panda. Este ano, fazendo alguma ginástica alinhei na partida da prova de 55 quilómetros.

Eram seis da manhã em ponto, estava no Rossio (em Lisboa) a apanhar o Filipe Conceição para irmos para a Ericeira. Chegámos ainda o Sol não tinha nascido e o vento que soprava vindo do mar estava bem frio, típico da zona.

Levantámos o kit de participante, rapidamente (no meu caso um dorsal, o #2 e um tubo estilo Buff) e ficámos dentro da “casa”, onde iam chegando mais e mais caras conhecidas. Restante equipamento vestido e é hora de ouvir o briefing,

O briefing, a segurança os abastecimentos e as marcações

No briefing falou-se acerca das particularidades da prova e do terreno. Maioritariamente estradão, algum alcatrão, single-tracks novos devido às “queixas” dos participantes no ano passado.

O percurso, teria alguns cruzamentos de estrada e desde logo ficou o aviso que não haviam efectivos suficientes da GNR para cobrir todas as passagens. Não me lembro ao certo quantos eram, mas não me recordo de ter visto mais de três Guardas da Guarda no total. Não que tivesse sido muito problemático para mim mas, em algumas estradas tive de ficar na berma à espera para passar, (modo ironia ligado) perdendo preciosos segundos de prova com isso (modo ironia desligado).

Não me lembro ao certo também se foi falada alguma coisa acerca dos meios de segurança presentes durante o percurso. Se vi poucos Guardas da Guarda, meios de socorro ainda vi menos, e a única ambulância que vi durante todo o dia, foi o quartel-general móvel do Jesus Events.

Momentos menos bons à parte, foi falado também acerca dos abastecimentos, e de que o Clube Mafra BTT estaria a tomar conta dessa parte. Confesso que, do que já tinha ouvido falar das organizações da Horizontes, ia preparado para o pior, levava comida para a duração da prova, só água é que não mas isso é sempre mais fácil e a Ericeira não é propriamente uma zona de Serra infindável. Felizmente, tudo correu bem, havia comida e bebida “com fartura”, fruta, batatas, tomate, sal, água, Coca-Cola (da verdadeira), isotónico, toldos nas zonas de abastecimentos e voluntários bem dispostos disponíveis a tudo.

Das marcações, também no geral “bem a dizer”. Fitas laranja nas árvores e arbustos, setas, bolas e cruzes laranja pintadas no chão e pedra. Exceptuando dois cruzamentos que me deixaram na dúvida e me fizeram voltar para trás viam-se quase sempre bem, dois cruzamentos em 55 quilómetros não é assim tanto, digo eu.

A prova

Partida dada com um atraso mínimo, e arranquei no ritmo previsto. As expectativas não eram muito elevadas, tendo feito 50 quilómetros em Barrancos há menos de um mês, é necessário ser conservador, e o meu objectivo passava por fazer a prova a uma cadência de 9 minutos por quilómetro. Não tive grandes problemas de aquecimento, e nos primeiros quilómetros fui devagar, tirando bastantes fotografias, tendo chegado ao primeiro abastecimento, cerca dos onze quilómetros, e penúltimo. O último era um participante que me tinha dito dois ou três quilómetros antes que ia desistir por causa de um problema num joelho.

Fiquei pouco tempo, um minuto se tanto, e arranquei um bocadinho mais rápido, tirando ainda algumas fotos nos quilómetros seguintes. Comecei então realmente “a correr” e a recuperar posições. O percurso era simples, sem grandes obstáculos, embora tivesse alguns canídeos à solta pelo caminho. O piso estava seco e algumas partes eram coincidentes com o Trail Palácios de Novembro passado. Escolhi levar umas meias Mund Trail Running que a RUNSOX me ofereceu para testar no Duratrail e os Skechers Go Run Ultra 2. Para o tipo de percurso foram a melhor escolha. Essas sapatilhas cada vez me espantam mais pela positiva, devido à sua leveza e polivalência (foram-me oferecidas pela Elsa no meu aniversário em Agosto).

À chegada e no regresso

No final da prova, devo ter deixado cerca de 50 participantes atrás de mim. Terminei-a em 7h17, fazendo uma cadência de 7’58” por quilómetro, e ficando na posição 91, bem abaixo portanto daquilo que esperava. Na chegada, amigas e amigos esperavam por mim. A Emília pôs-me, pessoalmente, a medalha ao peito, a speaker a Filipa, o Filipe esperava-me contente por eu ter chegado de dia, o Miguel, o Manuel, o João, a Paula, bastantes mais, não quero estar a individualizar mais, para não ser injusto aos que não elenco.

Havia um último abastecimento na meta, com frutos secos, batatas, marmelada e chá quente também. Comi qualquer coisa leve (não tinha muita fome), bebi dois chás e avisei as em casa de que “afinal ia jantar”, devido a ter chegado tão cedo, e ainda de dia.

Depois da roupa mudada, arranquei com o Filipe para Lisboa, numa viagem tranquila e em conversa animada, deixei-o perto da Baixa e fui ter com as Ronhonhós, porque a vida não é só corrida ;)

Obrigado aos MBM, Runners Dream Moments e ao Andrey por alguns “retratos” presentes na galeria.

One comment

  1. Alexandre Duarte

    Parabéns João, pelo desempenho no campo e neste relato.
    Tb fiz a versão maior o ano passado e fui dos que reclamou com o excesso de alcatrão. Nesta edição corrigiram felizmente essa parte.
    Os briefings proporcionados pela Horizontes são sempre … animados. Retenho, ainda com alguma nostalgia, uma recomendação feita este ano, à partida da versão dos 20+ (modo ironia ligado) eles deviam ter colocado 20- porque de facto a prova não chegou aos 20 Kms (modo ironia desligado), em que o speaker avisou, com bastante ênfase, que quem dos 20+ se enganasse e em determinada localização do percurso passasse para o percurso dos 50+, não poderia ser classificado naquela prova e vice-versa o mesmo aconteceria, se um participante dos 50+ passasse por infelicidade, para o percurso dos 20+…!!
    Até um dia destes algures num trilho.

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