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Uma manhã de fesh-fesh na zona Saloia

Com arranque previsto para as nove da manhã na Venda do Pinheiro (terra do Big Brother, entre outros fenómenos televisivos), a prova previa-se simples. Na ementa, 25 quilómetros de corrida em trilhos. Embora não conhecendo o terreno ao certo, a zona já me é minimamente familiar para correr e, tendo em conta o gráfico de altimetria, não se anteviam grandes dificuldades.

À chegada com o Joel Silva, uma hora antes do evento, a primeira dificuldade, o frio. Embora o Paulo Silva já me tivesse avisado por mensagem que “o tempo para estes lados está bera”, com o sono da hora matutina deixei em casa tudo o que me pudesse proteger do frio, corta-vento, camisola de manga comprida, tudo, estávamos a 12 de Julho, ou não? Pois, estávamos mas, não parecia. Não era nada do outro Mundo mas de qualquer forma, estava frio, e vento… O que me trouxe à segunda dificuldade, café. A entrega dos dorsais era no Estádio Municipal e café, nem vê-lo. Quem vai para o mar, avia-se em terra, já tinha bebido um em casa mas, beber outro ali, mal não teria feito.

Encontro com os RFRPSI, com a Ana Pereira e o Pai, com o Gonçalo e mais outras caras conhecidas do mundo do “trail running” e não só. Curioso, como há dois Universos também nas provas de trilhos. Há aquelas mediáticas onde vai “toda a gente e mais um par de botas” e as outras provas, geralmente mais baratas, onde não vai muita gente mas que são igualmente boas. Isto prova, e comprova, em parte, o mediatismo que rodeia a modalidade.

Depois de um breve aquecimento (sem zumba) e dada a partida com uns minutos de atraso, arrancámos fortes, e a subir. Mantive-me atrás com o Joel, o Paulo foi à frente com o Gonçalo. Não levávamos nada combinado ao certo entre nós. Entre mim e o Joel iamos alinhados em dar o máximo indo juntos o máximo possível, com o Paulo alinhavados da mesma forma, e com o Gonçalo nada alinhado de todo.

Até ao primeiro abastecimento, pouco a assinalar. Gonçalo e Paulo, eu e o Joel, sempre abaixo dos 7′ por quilómetro. Parei numa árvore e pedi para seguirem. Quando cheguei ao abastecimento estavam o Paulo e o Gonçalo à nossa espera, e o Joel numa fila. A água, ao que parece tinha acabado e os participantes presentes, esperavam por ela. O Joel ainda tinha água, mais que muita, fui buscá-lo e arrancámos de novo. Se ele precisasse, eu tinha água para os dois. Segundo abastecimento, o Gonçalo e o Paulo esperavam por nós. Chegámos, abastecemos de água, o Joel comeu qualquer coisa e eu nem por isso. Arrancámos juntos mas separámo-nos, efectivamente, aí.

Fomos correndo, quase sempre, inclusivé nas subidas mais empinadas, enquanto respirávamos um pó fino, a fazer lembrar o fesh-fesh do Dakar. Cerca do quilómetro 17, depois da subida ao ponto mais alto da prova, o Paulo, à nossa espera. O Gonçalo tinha avançado e o Paulo optou então por reunir-se a nós para fazermos o resto do percurso juntos.

Apanhámos mais uma subida, de onde passámos de um calor tórrido para uma ventania de gelar, e descemos de novo, em direcção à meta, chegando lá, os três, com 23 quilómetros e picos feitos em cerca de três horas e cinquenta e sete, sem nunca nos perdermos (o percurso foi encurtado).

Se conseguíamos ter feito o percurso mais rápido? sim, é provável que sim mas, mesmo assim, não foi mau, tendo em conta que a força de um grupo é sempre a força do seu elemento menos forte.

Na chegada o Gonçalo e outros amigos, esperavam por nós. Nesta zona, a organização “redimiu-se” dos abastecimentos da prova que, na minha opinião, foram fracos. Haviam então queijos de variados tipos, tostas, doces e mel, fruta e água, suficiente para todos.

Para sumarizar, foi um percurso simples, rápido, com “single-tracks” desafiantes, bem como com o desafio do feche-feche, com subidas q.b. e com algumas paisagens da zona Saloia bem interessantes, e com a metereologia a alternar entre o Verão e o Outono. Foi uma manhã bem passada, entre amigos, puxada mas sem ser violenta.

Se recomendaria a prova? Sim (a iniciados ou veteranos que gostem de correr rápido) mas, ressalvando que “levem comida de casa”, e não esqueçam o corta vento.

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