Quis o acaso (ou não) que eu participasse nesta terceira edição do Extreme Trail Cucos, organizado pela Turres Trail. A prova prometia 30km de sobe e desce constante. Todos aqueles que conheço que já lá tinha ido diziam “aquilo é durinho”. De última hora, convenci a Vanda a ir também à prova, aproveitando a inscrição de um amigo que se lesionou, e com os dados mudados, claro está.
Chegada com as Ronhonhós, uma fotografia ou duas e partida, aí vamos nós, para ambas as provas em simultâneo. Logo no começo, uma parede. A seguir, uma descida a pique, e logo ali à frente, outra parede. 17 paredes, teve a prova, e nem uma subida para animar no meio disto tudo. 17, dezassete, paredes, algumas de subir “de quatro”.
O segundo abastecimento “batia” no meio da prova, no total da distância mais curta. O primeiro, uns quilómetros antes, tinha patinado para a frente, mas felizmente naquela zona do percurso e naquela hora ainda fresca, acabou por não ser muito grave.
Alguns dos participantes da prova grande ficaram por lá, pelos Cucos. “A partir daqui ainda é mais duro” diziam as vozes experientes, e era. Estava forte, estive forte, estivemos fortes. Nas subidas, passava à frente da Vanda e esperava lá em cima por ela. Nas descidas, ao contrário, passava ela por mim e esperava longamente que eu chegasse.
Numa das subidas, uma cabeçada, a olhar para baixo, para a gravilha e para os pés da Vanda, um tronco à altura da cabeça pregou-me uma partida. Felizmente sem gravidade, fiquei somente deitado a escorregar pela gravilha abaixo, para trás, a sorrir e a pedir ajuda à Vanda para me levantar.
Fotografias tiradas no Austin A40 (Vanda e João) para o concurso “ganha uma inscrição para o ano que vem”. Cá para mim, eu e a Vanda ficamos em primeiro lugar ex-aequo, o que nos “obrigará” a voltar à prova em 2017. Da minha parte, mesmo não ganhando, sem dúvida que farei todos os possíveis para estar presente.
Siga então para o final da prova, com passagem pelo leito do rio e direito a mergulho de corpo inteiro, para refrescar. Na chegada à meta, um abraço cúmplice e mais uma ou outra fotografia, também com o Paulo Miranda, não podia deixar de ser.
Custou, mas estivemos fortes. Chegaram entretanto as Ronhonhós, que tinham ido a casa de uma amiga, e arrancámos para casa, porque a vida não é só corrida.